quinta-feira, 25 de outubro de 2012

6 exemplos da luta por liberdade nos dias de hoje


Uma menina que sonha em poder frequentar a escola regularmente, uma banda punk que fez protestos contra o governo e um grupo de hackers que ataca sites governamentais e de grandes corporações. O que essas pessoas têm em comum? Elas sonham com a liberdade em situações em que as restrições, abusos de poder e censura predominam. Conheça agora seis pessoas que são exemplos da luta pela liberdade no mundo atual:

1. Malala Yousufzai, Paquistão
Aos 11 anos, Malala Yousufzai já demonstrava uma coragem inacreditável ao denunciar, em um blog na BBC Urdu, os abusos do Talibã em sua região. Moradora do Swat Valley, área do Paquistão que foi dominada pelo grupo fundamentalista islâmico em 2009, ela foi uma das principais vozes na luta contra a proibição das meninas de frequentarem as escolas.  Aos poucos, a adolescente que sonhava em ser doutora e promover educação para todas as crianças em seu país se tornou um ícone de luta e resistência.  No entanto, a militância não agradou aos fundamentalistas e, no dia 9 de outubro, membros do grupo invadiram o ônibus escolar no qual a menina estava e atiraram em sua cabeça e pescoço, ferindo-a gravemente.  O ataque gerou revoltas e protestos ao redor do mundo. No Paquistão, centenas de pessoas se mobilizaram para declarar apoio à causa, entre eles, dezenas de meninas segurando cartazes com os dizeres “Eu sou Malala”, deixaram bem claro que a luta dela não foi em vão.


2. Ronny Edr, Israel
A crescente tensão entre Irã e Israel despertou temores de que os dois países acabem em guerra. No entanto, há quem acredite na paz no Oriente Médio.  É o caso de Ronny Edr, israelense de 41 anos que lançou a campanha “Israel loves Iran”.  Preocupado com a eminência do conflito, Ronny compartilhou uma foto no Facebook com a frase “Iranianos: nós nunca vamos atacar vocês. Nós amamos vocês”. A iniciativa, que começou com apenas uma pequena e despretensiosa imagem, ganhou milhares de compartilhamentos, vídeos e mensagens de amor correspondido (“We love you back, Israel”, disseram os iranianos).  Depois disso, foi apenas um pulo para que as mensagens de paz e amor ao próximo ganhassem as ruas e mostrasse que, apesar de todas as mensagens de ódio trocadas pelos governantes após décadas e mais décadas de animosidades, existem muitas pessoas que continuam acreditando no respeito e não querem a guerra.


3. Pussy Riot, Rússia
Quando a justiça russa resolveu prender e condenar as integrantes da banda punk feminista e revolucionária Pussy Riot, talvez não soubesse que estavam criando um símbolo para a oposição no país. O grupo fez uma performance dentro de uma igreja ortodoxa pedindo à “Maria, mãe de Deus” para tirar o presidente “Putin do poder” e acabou com algumas das integrantes atrás das grades. Para a corte, as garotas “não expressaram arrependimento por seus atos, violaram a ordem pública e ofenderam os sentimentos dos crentes”. Para o mundo, elas reacenderam o debate sobre a democracia russa e chamaram a atenção da opinião pública internacional para a crescente onde de autoritarismo instaurada por Putin e para a tênue linha entre Igreja e Estado no país. Duas das integrantes continuam presas e as outras saíram do país. O grupo recebeu apoio de celebridades como Madona e Paul McCartney, além de ter sido apontado como um dos 100 mais influentes no mundo das artes, pela revista “Art Review”.


4. Anonymous, Internacional
De uns anos para cá, a máscara de Guy Fawkes, aquela do V de Vingança, se tornou bastante popular no mundo virtual. Ela é símbolo do grupo de ciberativistas Anonymous, que tem como principais objetivos a luta pela democratização da rede e pela liberdade de expressão. O nome brinca com a própria natureza da internet, onde qualquer um pode se esconder atrás de avatares e ter a identidade preservada.  A primeira ação conjunta do grupo aconteceu em 2006, quando uma criança de dois anos foi barrada na piscina de um parque de diversões no Alabama (EUA) por ser portadora do vírus HIV.  Em protesto, o grupo invadiu o Haboo, uma espécie de jogo e rede social no qual os usuários interagem em um hotel virtual. Todos os membros criaram avatares idênticos: um homem negro com cabelo Black Power, e bloquearam a área da piscina com o aviso “Fechado devido à AIDS”.
Diversas manifestações vieram depois, entre elas a Operação Vingança, que tirou do ar, por cerca de 30 horas, sites de grandes gravadoras, estúdios, agências de advocacia e outros opositores da distribuição de conteúdo protegido por direito autoral na internet. O protesto foi motivado pela tentativa de desativar as páginas de torrent e download, como o Pirate Bay. O grupo apoiou o fundador do WikeLeaks, Julian Assange, e o movimento Ocuppy Wall Street, além de ter feito oposição ferrenha ao SOPA (Stop Online Piracy Act). Em 2011, também denunciou mais de 1500 usuários do site Lolita City, que disponibilizava pornografia infantil. O Anonymous deixa bem claro que não tem a intenção de amedrontar os usuários comuns. Seus alvos são as grandes corporações e o governo, aqueles que podem restringir a liberdade na internet.


5. Liu Xiaobo, China
A primeira vez em que Liu Xiaobo foi preso por desafiar o governo chinês foi em 1989. Ele era um dos manifestantes no famoso movimento estudantil pró-democracia que foi severamente reprimido com tanques de guerra, na Praça Celestial, em Pequim. Em 2010, quando foi consagrado com o prêmio Nobel da Paz, Liu estava novamente preso por cometer o crime de desejar a democracia. Liu foi um dos autores de uma carta que pedia respeito aos direitos humanos e à liberdade de expressão, além da convocação de eleições em um país livre, democrático e constitucional. A manifestação, divulgada em 2008 em comemoração aos 60 anos da Declaração Universal sobre os Direitos Humanos, foi assinada por cerca de 300 intelectuais chineses e apoiada por mais de 12 mil pessoas na internet.  Em dezembro de 2009, ele foi condenado por subversão. A sentença de 11 anos de prisão e dois anos de perda de direitos políticos gerou protestos em todo o mundo.


6. Shirin Ebadi, Irã
Conhecida por sua luta em defesa das mulheres, das crianças e dos refugiados, Shirin foi a primeira mulher iraniana a ser nomeada juíza e também a primeira a presidir um tribunal legislativo. No entanto, a Revolução Islâmica de 1979, tirou dela esse direito sob o argumento de que o Islã proibia mulheres de executarem esse tipo de função. Só depois de muita briga, ela conseguiu o direito de exercer a advocacia privada, 1993.
Em 2003, foi agraciada com o Nobel da Paz, mas a história de ativismo político de Shirin Ebadi estava apenas começando. Seis anos mais tarde, quando o iraniano Mahmoud Ahmadinejad venceu as conturbadas eleições presidenciais, ela estava fora do país para um seminário. De longe, viu o governo reprimir duramente as manifestações contra o resultado do pleito e não voltou mais. Desde então se dedica a produzir relatórios para ONU e a viajar de país em país buscando o apoio de líderes na tentativa de libertar o Irã. Suas ações já levaram as Nações Unidas a tomarem quatro decisões formais contra a tirania do presidente. Nem mesmo quando o governo iraniano ameaçou sua família, prendendo sua irmã e torturando seu marido, ela fraquejou. “Eu os amo, mas amo ainda mais a justiça”, afirmou.



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